“Misericórdia e piedade é o Senhor! Ele é amor, é paciência, é compaixão!” (Salmo 144, 8).
Misericórdia é o sentimento de caridade suscitado pelo sofrimento do próximo e que provoca uma ação real para aliviar a dor de quem padece.
No entanto, por meio do documento mencionado acima, o Papa Francisco atualizou a definição de misericórdia, pois com magnífica inspiração abriu amplos horizontes para o entendimento de tal virtude, que o Santo Padre enunciou do seguinte modo, conclamando a todos: “Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado”.
Diante da notável iniciativa do Papa Francisco, da riqueza das suas palavras e do tempo oportuno para a vivência da misericórdia neste ano jubilar, cabe a cada vicentino aproveitar a ocasião favorável e examinar como está a sua vocação à luz das diretrizes propostas pelo Sumo Pontífice, que oferecem preciosos subsídios, tendo o objetivo de aprimorar o serviço em benefício dos Pobres.
O fato de reconhecer a necessidade da melhoria constante do ato de servir aos mais vulneráveis é o primeiro e decisivo passo na caminhada rumo à plena realização da misericórdia. Portanto, todos os que aceitaram a convocação de Deus para o serviço em prol das pessoas carentes, notadamente os vicentinos, devem assimilar as recomendações do Papa Francisco referentes ao Ano da Misericórdia, e renovarem o voto de comprometimento à causa dos Pobres.
Na intenção de reavivar a vocação vicentina, seguindo fielmente as diretivas do Papa Francisco para este ano jubilar, vale observar com extrema atenção o seu clamor: “Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda” (Tópico 15 da referida Bula).
Frente à triste realidade apontada no ofício do Vaticano, certamente os vicentinos irão acolher o apelo veemente do Papa Francisco, reavaliando se exercem com misericórdia as ações de socorro aos Pobres, lembrando-se da seguinte lição do Evangelho: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso.” (Lucas 6, 36), e também do ensinamento do apóstolo Paulo: “Quem pratica a misericórdia, faça-a com alegria” (Romanos 12, 8).
Confrade João Marcos Andrietta