Maria: a mãe de Deus e nossa mãe

Maria, habitada pelo Espírito Santo e carregando em seu seio o Filho encarnado, se apressa em visitar sua prima Isabel. Isso nos mostra o porquê temos um carinho todo especial por Maria. Porque ela não fica parada contemplando a graça que Deus a confiou naquele momento. Ela se põe a servir imediatamente a sua irmã Isabel que também foi agraciada.

Por que estou destacando este lado bom de Maria? Porque quando Isabel diz bendita entre as mulheres ou a mais abençoada, ela não deixou que os elogios superassem a sua humildade.

Vejamos o significado de bendizer ou bendita:

Bendita (barukáh, baruk) quer dizer: Tu és objeto de congratulações, de elogios e louvações, tu és motivo de dar graças a Deus porque fostes contemplada a te tornares o templo vivo do Espírito Santo e a fazeres mãe do Messias. Portanto, Isabel se congratula efusivamente com Maria por ter sido escolhida para desempenhar este serviço salvífico ao Espírito e ao Verbo que é Jesus encarnado no seio de Maria.

 

Contemplando essa humildade de Maria, não tem como não se apaixonar por essa mãe, essa mulher dedicada como mãe, esposa, irmã e amiga.

Como mãe, ela está ligada ao mistério da vida. Ser mãe é mais do que gerar biologicamente. Porque ser mãe é ter a dimensão do aconchego, do cuidado e do estar em casa protegido. Mesmo não tendo nenhum filho, toda mulher é mãe, porque cabe a ela criar e gerar, onde se encontra, porque é do íntimo da mulher querer ser mãe. O querer já se faz todo o sentido do feminino de gerar.

Como irmã, a mulher aparece como a primeira companheira do homem onde a proximidade supera a distância; ela constitui o amparo do eu masculino que lentamente se torna independente do elo materno e ajuda o irmão a internalizar a figura da mãe e a desenvolver sua dimensão feminina pondo limite à exacerbação do princípio masculino.

Como amiga, emerge a confidente, a acompanhante solidária no mesmo caminho. Esta simbólica familiar foi vivida integralmente por Maria, mãe de Jesus, esposa de José, irmã de todos aqueles que como ela creem e amiga de Isabel e de Zacarias.

Portanto, Maria é bendita entre todas as mulheres porque na sua vida se revelou a vocação suprema a que está chamada a mulher em relação aos homens e em relação a Deus. Primeiramente, ela revela uma dimensão radical do humano, o feminino, e destarte ela se faz exemplar não somente das mulheres, mas de todos os seres humanos.

No entanto, se aproxima maio que é o mês mais esperado. Esperado porque é um mês que nos chama a atenção por vários motivos. É o mês que louvamos Maria como mãe de Deus e Nossa. Dentro deste mês, celebra-se o Dia das Mães. E não podemos esquecer que é o mês mais procurado pelas noivas para se casarem. Portanto, é um mês muito celebrativo. Podemos dizer que é o mês do amor, porque nesse tempo tudo é feito com amor. Amor de Maria ao gerar o filho Jesus. O amor de Mãe quando celebra o Dia das Mães e os filhos ficam mais afetivos, e também o amor dos noivos que se apaixonam e fazem seus juramentos de amor diante do altar.

Não podemos deixar de falar das mães que são tão especiais na vida dos filhos. As Mães que escolheram para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Não foi por mero acaso.

Como este mês é emocionante! Tantas coisas podemos lembrar nesses 31 dias do mês de maio.

 

Um abraço fraterno a todos os vicentinos e também a todos os leitores do jornal ComunicAÇÃO Vicentina.

 

Padre Pedro Felisberto Ferreira, Assessor Espiritual do Conselho Metropolitano de Formiga

 

Fonte de pesquisa e inspiração para escrever este texto: Leonardo Boff. Livro: A Ave-Maria – O feminino e o Espírito Santo, 6ª Edição – Editora Vozes, Petrópolis 1998