O Encontro Solidário com o Irmão Sofredor

A descrição evangélica do juízo final é desconcertante. Jesus revolucionou os esquemas humanos ao colocar, como critério de salvação, reconhecê-lo na pessoa daqueles cuja existência era totalmente vulnerável. A salvação, por conseguinte, não depende de experiências místicas elevadas, nem de títulos honoríficos ou funções de destaque na Igreja ou na sociedade e, muito menos, da nobreza de origem. Pelo contrário, chega-se à salvação por um caminho aparentemente simples: o encontro solidário com o irmão sofredor, no qual se reconhece a presença de Jesus.

Nesse sentido, a salvação na perspectiva cristã tem pressupostos claros. Tudo começa com a saída de si mesmo e do próprio comodismo para se deixar questionar pelo outro. É o confronto com o sofrimento alheio, é o sentir-se motivado a ir ao encontro do próximo e a fazer um gesto concreto, que supere a ameaça à vida humana. Tudo isso é fruto da ação da graça salvífica de Deus no coração do ser humano. Não salvífico seria ficar chocado diante da situação e comovido até as lágrimas, ou ficar à procura de quem é o responsável pela situação do sofrimento do ser humano, sem fazer um gesto concreto em defesa da vida e da dignidade ameaçadas. Importa, apenas, o gesto da partilha, da acolhida e da solidariedade. É justamente disso que decorre a salvação. Este é o caminho que se apresenta a cada cristão, a cada vicentino para quem a salvação é um desafio.

Oração: Espírito de amor, ensina-me a descobrir no irmão sofredor, o apelo de Jesus a Quem devo servir!

 

Padre Alexandre Nahass

Assessor Espiritual do CNB