Viver a espiritualidade do Natal

O Natal torna-se uma realidade concreta em nossa vida quando somos capazes de sair do nosso pequeno mundo e ir ao encontro do mundo de cada pessoa que precisa de nossos gestos de atenção e de nosso carinho maior. Lembremo-nos da “Igreja em saída”, que nos propõe o Papa Francisco.

Este é um momento de reconhecer o trabalho do leigo, lembrando do Ano do Laicato, com o tema: Cristãos leigos e leigas sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino, e o lema: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14).

O clima de Natal aponta para a espiritualidade do pequeno, do encarnado, do encontro, da solidariedade, da luz e do amor. O Natal propõe uma espiritualidade encarnada, isso é, viver o Cristo nas pessoas que estão esperando um abraço, uma palavra de carinho e de se sentirem mais valorizadas e acolhidas.

A espiritualidade natalina é viver em clima de família, de oração, na espera da chegada de Jesus. E só encontramos Jesus quando entendemos que Ele não está longe, mas tão perto de nós, quando acolhemos o irmão, estendemos as mãos e valorizamos o irmão como imagem e semelhança de Deus.

O Mistério do Natal não nos oferece somente um modelo para imitar a humildade e pobreza do Senhor que está deitado na manjedoura, mas nos dá a graça de ser semelhantes a Ele. A manifestação do Senhor conduz o homem à participação da vida divina. Assim, a verdadeira espiritualidade do Natal não consiste na imitação de Cristo "do lado de fora", mas de "viver Cristo que está em nós" e manifestá-Lo com a vida no seu mistério de virgindade, obediência, pobreza e humildade. Portanto, o fruto espiritual do Natal consiste no empenho moral de viver a graça da Redenção e da Regeneração, de conservar interiormente o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus. 

Não podemos esquecer o que está celebrando no Natal, porque o “aniversariante” é Jesus e a Grande festa é pra Ele. Você pode fazer tua festa em família, mas, jamais esquecer de ir à Igreja para louvá-lo com a comunidade e jamais pode deixar de se lembrar do irmão faminto que irá dormir com fome ou abandonado nas ruas, hospitais, asilos, orfanatos ou mesmo os idosos em suas casas.

 Portanto, pense com muito amor e faça algo diferente neste NATAL. Que tal fazer um gesto concreto de ir cear na casa de uma família humilde, partilhar com ela seus alimentos, tua fé e teus presentes. 

Enfim, porque Deus nos faz filhos seus em Cristo, inserindo-nos como membros da Igreja, a graça do Natal exige também uma vida de comunhão fraterna.

Um feliz e santo Natal a todos.

 

Padre Pedro Felisberto Ferreira

Assessor Espiritual do Conselho Metropolitano de Formiga