A experiência do começo de um ano novo é muito interessante e revela alguns aspectos do ser humano que o conectam com o que ele tem de mais profundo, como por exemplo a sua sede de Deus. Como assim? Penso que uma olhada mais pausada nesse frescor que sentimos pelo novo, pela renovação, por uma nova esperança pode nos levar a entender isso melhor.
Se olhamos para o lado com uma certa dose de ingenuidade (ou superficialidade), podemos chegar à conclusão de que o mundo está mais ou menos bem. As fotos nas redes sociais, especialmente no fim de ano e no verão, mostram uma vida boa, alegre, com muitos amigos, as propagandas nas diversas mídias parecem ter sempre a resposta para aquilo que nem sabíamos que precisávamos e temos a sensação de que tudo está disponível, a um clique de distância. Mas ainda assim, parece que experimentamos algo mais profundo com a promessa de algo novo, do que com uma possibilidade que vá, de verdade, mudar nossa vida para melhor. Então no ano novo traçamos metas que nos parecem importantes e autênticas que, no final das contas, vão nos fazer da nossa vida uma vida realmente feliz.
Um primeiro fato que chama atenção nisso tudo poderia ser:
“Se tudo parece bom, por que experimentamos a necessidade de uma verdadeira mudança, de algo mais”?
Penso que essa é uma experiência muito comum a qual não se dá o verdadeiro peso que tem. Ela mostra que por mais novidades que possamos experimentar, ainda nos falta experimentar aquela para a qual realmente fomos feitos e que preenche a nossa vida de sentido. É um indicador daquilo que se chama por nostalgia de infinito, fome ou sede de Deus. Ainda nos experimentamos como aquela Samaritana que precisava ir diariamente ao poço para pegar água.
Pensemos um pouco nesse encontro de Jesus: A água que a mulher ia buscar todo dia era sempre nova, mas vinha do mesmo poço. De um poço que talvez não se esgotasse durante toda a vida da mulher e a saciaria, de certa forma, durante toda sua existência. Mas Jesus oferece uma água que vem de outra fonte. Ele oferece uma água viva, que “tornar-se-á (naquele que a pede) fonte de água, jorrando para a vida eterna”. E, “quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá sede”. É uma fonte nova, que jorra uma água viva. É claro que a Samaritana logo pediu: “Dá-me dessa água”. Mas para isso, ela precisou passar por uma conversão, em seu caso, com a questão da pessoa com a qual convivia.
Entra ano e sai ano e continuamos experimentando que nos faz falta esse algo novo, realmente diferente, realmente verdadeiro e profundo que sacie por completo os nossos anseios de realização, de felicidade. A luz de tudo o que falamos, podemos perguntar, analogamente, de onde estamos tirando a água que sacia a nossa vida? Sempre do mesmo poço, do qual não falta água, mas que também não termina de nos saciar? Não será que chegou o momento de buscar uma água viva, essa que somente Jesus pode dar?
“Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: “Dá-me de beber”, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva”. Talvez estivemos sempre do lado de Jesus, mas será que chegamos em algum momento a conhecer esse dom de Deus do qual Ele fala? Ou talvez não conheçamos tanto a Jesus e essa água da qual Ele fala nos chama a atenção como uma nova experiência. Se tudo o que fizemos até hoje não nos fez feliz como desejamos ser, porque não tentar nesse Ano Novo algo que promete ser realmente diferente, que promete uma vida realmente nova?
Fonte: Canção Nova