“Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

Semana de 21 de maio de 2018 (referência: leituras do domingo 27 de maio)

Solenidade da Santíssima Trindade

Leituras: Dt 4,32-34.39-40; Rom 8,14-17; Mt 28,16-20

 

“Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

 

Evangelho de São Mateus

Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara.

Quando O viram, adoraram-No, mas alguns ainda duvidaram.

Jesus aproximou-Se e disse-lhes:

“Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e fazei discípulos de todas as nações,

batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo o que vos mandei.

Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

 

Reflexão vicentina

 

Neste domingo, celebramos a festa da Santíssima Trindade. A Santíssima Trindade é a realização da comunhão de um só Deus em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.  Ela é um dogma da Igreja, isto é, algo que não se pode provar por meios humanos, mas que acreditamos por meio do ensinamento da Igreja.  O ensinamento da Igreja pode ser baseado nas Escrituras (Antigo e Novo Testamentos), dos documentos e da tradição.  As leituras de hoje nos indicam que o dogma da Santíssima Trindade está baseado diretamente das Escrituras.

 

Desde os primeiros tempos da cristandade, este foi um dos temas mais discutidos na Igreja.  Muitos estudaram profundamente a Santíssima Trindade, como Santo Agostinho.  Foi somente no ano de 325 (no Primeiro Concílio de Niceia que o credo (profissão de fé) passou a formalizar este dogma. 

 

Muito mais importante do que o processo de aprovação e definição do dogma da Santíssima Trindade, para nós, vicentinos, o que importa é o seu significado para a nossa vida.  Que diferença faz para nós a existência da Santíssima Trindade?

 

Para isso, devemos compreender o significado de cada uma das três pessoas divinas.  O PAI não foi criado nem gerado, sempre existiu.  Foi Ele quem enviou seu Filho para que se tornasse carne como nós (se encarnasse), morresse e ressuscitasse para nos salvar. O FILHO sempre existiu (foi gerado na eternidade da substância e) é da mesma natureza do PAI.  Ele se tornou homem e, em tudo, a menos no pecado, se tornou igual a nós, antes de retornar à presença do Pai.  O ESPÍRITO SANTO não foi criado nem gerado, mas personaliza o amor íntimo e infinito de Deus pelos homens.  Manifestou-se no Batismo e na Transfiguração de Jesus e revelou-se plenamente em Pentecostes. O ESPÍRITO habita em cada pessoa que opta pela fé em Deus, tornando realidade a relação íntima da pessoa com Deus.

 

Podemos dizer que é o Pai quem gera, o Filho quem é gerado e o Espírito Santo quem realiza[1].

 

Portanto, a nós vicentinos, a Santíssima Trindade mostra que Deus é eterno e criador: se Ele sempre existiu e criou tudo o que existe, então é a origem de nossa vida, como pessoas.  A Santíssima Trindade também nos mostra que Jesus é real, é a expressão em carne e osso do Pai e, portanto, a concretização do amor do Criador por nós, como indivíduos.  Finalmente, a Santíssima Trindade tem o Espírito Santo que habita dentro de nós e nos move na fé, na esperança e na caridade.

 

Cada vez que visitamos o Pobre, estamos levando a nossa fé na Santíssima Trindade e possibilitamos o encontro sobrenatural do Espírito Santo que está ao mesmo tempo na alma do Pobre e na nossa alma.  Somente se acreditamos na Santíssima Trindade, podemos crer nesta mística da visita vicentina.

 

Que extraordinário!

 

 

[1]Segundo o Quarto Concílio de Latrão

 

Confrade Eduardo Marques