“É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.”

Semana de 19 de novembro de 2018 (referência: leituras do domingo 25 de novembro)

34º. Domingo do Tempo Comum – Solenidade de Cristo, Rei do Universo

Leituras: Dan 7,13-14; Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37

 

“É como dizes: sou Rei. 

Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.

Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.”

 

 

Leitura do Santo Evangelho segundo São João

Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos judeus?»

Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que te disseram isso de Mim?»

Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu?

O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?»

Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo.  Se o meu reino fosse deste mundo,

os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus.

Mas o meu reino não é daqui».

Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?»

Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei.

Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.

Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».

 

 

Reflexão vicentina

No próximo domingo, celebraremos a solenidade de Cristo, o Rei do Universo.

 

A figura dos reis e rainhas existe desde sempre.  Associamos esta figura a três características: riqueza, glória e poder.  Todo o rei é rico e deve mostrar que é rico.  Todo o rei aparece cheio de fama, de glória, para que todos o reconheçam como tal.  E todo o rei, de alguma forma tem o poder de governar ou de definir/aprovar governantes.

 

Por isso, todas as pessoas querem de alguma forma ser reis ou rainhas.  Pode ser o rei da empresa, o rei da SSVP, o rei da comunidade paroquial, o rei da cidade ou do país.  Realmente, ser rei faz bem ao nosso ego, ao nosso ser humano.

 

Jesus é o Rei do Universo, porque é Filho de Deus, o criador e redentor de todos e de todas as coisas.  E Ele não nega que é Rei: em frete a Pilatos e, sabendo que o desafiaria, diz com força que “eu sou Rei”!  Mas rapidamente corrige: “meu reino não é deste mundo”, senão Eu estaria cercado de riqueza, de glória e de poder.  Ele é o Rei do Reino de Deus, o “Alfa e o Ômega”, como diz a segunda leitura, ou seja, o princípio e o fim.  O Reino de Deus é comparado a muitas coisas nas escrituras: a um grão de mostarda, a uma pérola preciosa, a um tesouro.  É o Reino do Amor e, para participar dele, devemos amar a Deus, a nós e ao próximo.  É uma fórmula simples!

 

Como Jesus diz, é o Reino da Verdade, a verdade que liberta, não é a verdade que oprime e nos faz súditos de alguma estrutura de poder.  A riqueza do Reino de Jesus é encontrar uma pérola – descobrir esta Verdade – e vender tudo o que tem para compra-la.  A glória do Reino de Jesus é a intenção de ser reconhecido por Deus como um filho ou uma filha amada.  E o poder do Reino de Jesus é a capacidade de amar, amar sempre, amar a todos.

 

A proximidade do Pobre, o “Mestre”, faz com que o vicentino descubra esta Verdade a cada visita.  Ir ao encontro do Pobre é como encontrar uma pérola, um tesouro, que nos transforma.  Ir ao encontro do Pobre é a certeza do reconhecimento por Deus de sermos Seus anjos, Seus mensageiros.  Ir ao encontro do Pobre é também o poder – dado pelo próprio Deus, de melhorar vidas, transformar corações e empreender na justiça. 

 

Se Jesus tivesse sido um rei deste mundo, já teria sido esquecido, como tantos outros que passaram pela história da salvação.  O que O fez eterno foi exatamente ser o Rei do mundo da Verdade única e divina.  A mesma realeza eterna, única e divina tem o vicentino que opta livremente por viver esta Verdade, junto ao Pobre.