Semana de 11 de fevereiro de 2019 (referência: leituras do domingo 17 de fevereiro)
Sétimo Domingo do Tempo Comum
Leituras: 1 Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23; 1 Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38
“Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis?”
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo:
“Digo a vós que Me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam.
A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra;
e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica.
Dá a todo aquele que te pedir, e ao que levar o que é teu, não o reclames.
Como quereis que os outros vos façam, fazei-o vós também a eles.
Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis?
Também os pecadores amam aqueles que os amam.
Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis?
Também os pecadores fazem o mesmo.
E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis?
Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto.
Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca.
Então será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo,
que é bom até para os ingratos e os maus.
Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados.
Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado:
Será colocado em vosso regaço uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante.
A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Reflexão vicentina
O tema principal das leituras deste domingo é a necessidade de colocar tudo nas mãos de Deus: o que damos, o que recebemos, o que somos e o que nos fazem (seja bom ou mau).
No Evangelho de São Lucas, Jesus insiste que temos que fazer o bem a todos, em particular aos que nos fazem mal. Como é difícil “dar a outra face” ou rezar pelos que nos fazem mal! A razão para fazer isso só pode vir da virtude da esperança. Esperar que o que fazemos não é visto e medido pelo “homem natural e terreno”, mas pelo “homem espiritual que veio do céu” (como indica São Paulo na Carta aos Coríntios) é o que nos dá força para avançar na direção do bem.
Todos nós temos o “homem terreno” e o “homem celeste” (dado gratuitamente pelo Espírito Santo). Disto não há como escapar, porque é a nossa formação, nossa composição, nossa natureza. Os dois estão lá, dentro de nós: o que faz a diferença é a nossa escolha. Quando alguém nos faz mal, nos “mata” com as palavras ou com as ações, temos sempre a possibilidade de responder com o “homem terreno” ou com o “celeste”; depende de nós. Jesus nos convida a estar sempre do lado Dele e optar pelo “celeste”, perdoando e rezando pelos que nos fazem mal, oferecendo a “outra face”. É uma mensagem mística e maravilhosa.
Mas o que mais me impressiona, como vicentino, é o aviso claro e fecundo de Jesus sobre a caridade. “Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca.”
Basicamente, Jesus nos diz que se servirmos os Pobres (que não podem dar nada de material em troca), seremos santos, mesmo que tenhamos pecado. Quem serve o Pobre com “o suor do rosto” (como nos pedia São Vicente) compreende bem esta mensagem de esperança.