Conferência: um lugar onde a amizade germina

Quando Ozanam e seus companheiros começaram a se reunir como “Conferência de Caridade”, um traço era marcante e verdadeiro: era uma reunião de AMIGOS que tinham um mesmo propósito de vida – “amar a Deus sobre todas as coisas”.
Assim, se entende a importância de termos na Conferência, pessoas que desejem “amar a Deus na figura do Pobre”, e que construam um laço de amizade tão forte, que seja capaz de promover uma ajuda mútua neste sentido.
É fundamental que a Conferência seja uma reunião de AMIGOS!
Isto cria uma atmosfera propícia para o crescimento, de comunhão espiritual, e de enfrentamento dos desafios que são imensos.
Antigamente na Regra da Sociedade de São Vicente de Paulo, existiam “regras não escritas”, que só eram percebidas se analisadas frente a outras que estavam escritas. Isto até fazia parte de perguntas que se faziam em “gincanas” com a juventude. Por exemplo: qual o número mínimo de pessoas presentes para que se possa fazer uma reunião de Conferência? Não tinha isto na Regra, mas tinha um artigo que dizia “a coleta é secreta”. Ora, com 2 pessoas presentes “não pode existir coleta secreta”. Assim, a resposta certa era que, para possibilitar uma reunião da Conferência deveriam estar presentes no mínimo 3 pessoas, para garantir que a coleta fosse secreta (aqui estamos falando de “reunião” e não condição para uma Conferência ser formada/existir). Ao longo do tempo, nossa Regra foi aprimorada e muitas destas situações (não escritas) foram previstas de uma forma clara.
Mas, nenhuma Regra escrita, seria suficiente para falar do “espírito primitivo” que norteia nossa existência, nossa forma de “amar a Deus”. Um exemplo disso é o fato de que “a Conferência deve ser uma reunião de AMIGOS”. Isto certamente irá preservar a essência daquilo que Ozanam construiu ao declarar: “Vamos aos Pobres!”. E numa interpretação livre, isto foi dito a seus AMIGOS que tinham as mesmas convicções.
Construam Conferências de AMIGOS, que queiram viver a Espiritualidade Vicentina de forma radical; que queiram crescer na busca de sua santificação pessoal no serviço aos Pobres Assistidos; que queiram se apoiar na construção de um mundo onde reine o Amor de irmãos, filhos do mesmo Pai que é Deus. Pense nisso!
Cfd. Sideny de Oliveira Filho.