A notícia da beatificação de quatro padres no último sábado (22) ganhou ampla projeção na mídia pela forma cruel pela qual eles foram mortos: por meio de fuzilamento. Mas para os vicentinos, o que chamou a atenção foi a menção do nome ‘São Vicente de Paulo’ ao se referir a um dos bem-aventurados, Henri Planchat.
Ele era do Instituto São Vicente de Paulo, um dos Ramos da Família Vicentina, portanto, um vicentino de carisma.
A cerimônia de beatificação aconteceu na Igreja de Saint-Sulpice, em Paris, que contou a presença do arcebispo local, Laurent Ulrich, de bispos e membros de congregações.
Ele foi executado ao final da Comuna, uma insurreição que eclodiu após a derrota das tropas francesas para a Prússia, e durante a qual se instaurou um breve governo popular em Paris, entre 18 de março e 28 de maio de 1871, com demonstrações de ódio à fé.
A “história de dor” dos cinco padres é uma “história de esperança”, disse o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, na homilia durante a missa de beatificação.
Em sua homilia na cerimônia de beatificação, o cardeal Semeraro citou uma homilia do papa Bento XVI, de 2008: “o bem vence e, se às vezes pode parecer derrotado pela opressão e pela astúcia, na realidade continua agindo em silêncio e discrição, dando frutos a longo prazo. É a renovação social cristã, baseada na transformação das consciências, na formação moral, na oração”.
Durante a missa, foi lida uma carta de Francisco, que pediu que esses homens "possam, a partir de agora, ser chamados de bem-aventurados e celebrados em 26 de maio de cada ano", em referência à data em que foram executados há quase 152 anos.
O padre Henri Planchat morreu aos 47 anos. Dedicou o seu ministério à evangelização do mundo do trabalho e às crianças que se preparavam para a Primeira Comunhão. Junto com ele também foram beatificados: Ladislau Radigue, Polycarpe Tuffier, Marcellin Rouchouze e Frézal Tardieu.