DIA DO ASSISTENTE SOCIAL: padroeira da classe é vicentina

A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), além de uma instituição centenária de amor e serviço aos Pobres, é também uma emprega que gera milhares de empregos em todo o país e no mundo. Uma das vagas de trabalho que ela gera é de assistente social, que desempenham as atividades, principalmente, nas Instituições de Longa Permanência (ILPIs).

E, hoje, como é Dia do Assistente Social, o Departamento de Comunicação (Decom) do Conselho Metropolitano de Formiga presta homenagem aos profissionais da área, apresentando uma curiosidade. Luísa de Marillac, declarada pelo Papa São XXIII como padroeira dos assistentes socias, é uma santa vicentina.

Santa Luísa de Marillac foi uma mulher decidida e valente; inteligente e perseverante, viúva, mãe e co-fundadora, junto a São Vicente de Paulo, das Filhas da Caridade. Destacou-se por sua entrega incondicional para os outros e um espírito impetuoso que lhe impulsionou a cumprir a missão que Deus lhe tinha encomendado ainda em meio à enfermidade.

Luísa de Marillac nasceu em Paris (França), em 1591. Foi filha de Luís de Marillac, senhor de Ferrieres-in-Brie e de Villiers Adam, e de uma jovem desconhecida. Até os 13 anos foi educada como uma menina nobre no Convento Real de Poissy. Entre as religiosas, encontrava-se uma tia dela que lhe ensinou a ler, escrever, pintar e lhe deu uma sólida formação humanística.

Quando morreram seus pais e sua tia, Luísa ficou sob a tutela de seu tio Miguel. Devido à precária situação econômica de sua família, a jovem experimentou na própria carne as carências materiais e aprendeu os afazeres do lar. Sua condição social de “senhorita pobre” produziu em Luísa um complexo de inferioridade, que arrastaria durante alguns anos.

Durante sua juventude, frequentou o convento das irmãs capuchinhas em Fauborg e sentiu inclinação para a vida religiosa. Entretanto, seu diretor espiritual negou sua entrada ao convento porque a saúde da Luísa era frágil. Convenceu-a de que optasse pelo matrimônio dizendo que “Deus tinha outros planos para ela”.

Em 1613, Luísa de Marillac se casou com o Antonio Le Gras com quem teve um filho. Antonio caiu gravemente doente.

Em 1616, conheceu São Vicente do Paulo, que se tornou seu confessor, embora a princípio não quisesse. Naquele tempo, São Vicente estava organizando suas “Conferências de Caridade”, com o objetivo de melhorar a situação da miséria no campo e para isso necessitava de alguém que infundisse respeito e que tivesse empatia e a capacidade de ganhar os corações das pessoas.

Conforme São Vicente foi conhecendo mais profundamente Luísa, deu-se conta de que ela era a pessoa que procurava para dirigir sua obra. Quando seu marido morreu, ela compreendeu que Deus a fazia um chamado grande e especial.

Em 1629, foi enviada para visitar “A Caridade” de Montmirail e durante esse tempo realizou outras visitas missionárias. Madame Le Gras realizou estas viagens sem se importar com os sacrifícios que devia fazer nem com sua saúde.

Quando São Vicente lhe pediu para formar um centro de treinamento para jovens, Luísa pôs ao seu dispor a casa que tinha alugado para residir logo depois da morte de seu marido. Ali, acolheu quatro candidatas que foram instruídas por ela para o serviço dos pobres e doentes. Em 1634, redigiu a regra de vida que deveriam seguir os membros da associação. Quando São Vicente obteve a permissão do Vaticano para formar uma congregação, este documento se tornou o estatuto das “Irmãs da Caridade”.

Durante o desenvolvimento de todos os projetos, a Santa levava mais carga do que os demais e se preocupava em ser um testemunho vivo da preocupação de Cristo pelos doentes e marginalizados. Em Angers, assumiu um hospital terrivelmente descuidado e, em Paris, cuidou dos afetados por uma epidemia. Também socorreu as vítimas da “Guerra dos 30 anos” e se ocupou dos afetados pela violência que se vivia na capital francesa. Apesar de sua delicada saúde, sempre esteve disposta ao serviço e emanava entusiasmo e alegria.

O Convento das Irmãs da Caridade era a casa dos pobres, os hospitais e as ruas. Luísa e Vicente enviavam os religiosos e religiosas para fora do claustro – lugar onde muitas congregações se isolavam – para animar e socorrer os necessitados. Percorriam aldeias e cidades com esta finalidade.

Em seus últimos anos de vida, precisou repousar porque sua enfermidade lhe impediu de mobilizar-se. Entretanto, sua alma estava em paz e sentiu que o trabalho de sua vida tinha sido maravilhosamente abençoado. Nunca se queixou e dizia que estava feliz de poder oferecer este último sacrifício a Deus.

Antes de partir, deixou esta mensagem a suas irmãs espirituais: “Sede empenhadas no serviço aos pobres... amem os pobres, honrem, minhas filhas, e honrarão ao mesmo Cristo”. Santa Luísa de Marillac morreu em 15 de março de 1660; e São Vicente a seguiu ao céu seis meses depois.

Foi canonizada em 1934 pelo Papa Pio XI.