Exclusivo: site do CM Formiga publica artigo inédito sobre Antônio Frederico Ozanam

O Conselho Metropolitano de Formiga tem a honra de anunciar a publicação de um artigo inédito que revela um fato pouco conhecido sobre Antônio Frederico Ozanam. Este novo texto, escrito pelo confrade Renato Lima, Comissário da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) nas Nações Unidas e 16º Presidente-geral (2016-2023), oferece uma visão única e reveladora da vida pessoal de Ozanam.

No artigo exclusivo, Renato Lima compartilha um aspecto surpreendente da biografia de Ozanam: ele e sua esposa Amélia enfrentaram dois abortos antes de finalmente conseguirem engravidar. Este relato inédito destaca a resiliência e a determinação do casal diante das adversidades, ilustrando a profunda fé e comprometimento que moldaram suas vidas e sua missão.

 

 

Ozanam, pai amoroso e dedicado

 

Todas as vezes que falamos do Bem-aventurado Antônio-Frederico Ozanam, várias virtudes desse homem santo vêm à tona, assim como consta na oração de canonização: “Em família, ele se revelou filho, irmão, esposo e pai excepcional. Por essa multiplicidade de dons, nós te agradecemos, Senhor!”. No rol dessas características, é bem visível a paternidade, aspecto muito combatido pela sociedade moderna.

Ozanam foi um modelo fiel de pai amoroso e dedicado, atento para dar à família um futuro próspero e acolhedor. Apesar de tudo, nessa caminhada como cristão e esposo, Ozanam teve que enfrentar algumas tribulações. Após o casamento com Amélia (1841), eles encararam juntos situações de muita aflição, nas duas tentativas frustradas de gravidez (ainda que por questões naturais).

Carinhoso como era, Ozanam colocou-se sempre ao lado de Amélia, dando-lhe forças para recobrar os ânimos. Ele rezava fervorosamente para que Deus lhes desse uma nova esperança. E esse sonho foi atendido por Deus na terceira tentativa de gravidez, com o nascimento de Maria Josefina Ozanam (1845). Àquela altura, Ozanam estava com 32 anos, e Amélia com 25.

Em correspondência ao confrade Teófilo Foisset (7 de agosto de 1845), Ozanam ressaltou: “Muito havíamos orado, e fomos ouvidos por Deus! Que momento indescritível foi aquele quando ouvi o primeiro choro da minha filha, essa linda criatura que Deus depositava nas minhas mãos, trazendo tantas doçuras e tantos deveres. Ela chora bem alto, mas cada um dos seus gritos me lembra de que sou pai, e que tenho um anjo na minha casa”.

Além dessas duas perdas irreparáveis e muito dolorosas, outra grande preocupação de Ozanam, diante da saúde debilitada que tinha, era o receio de falecer ainda moço. Ele sabia que toda criança tem imensa alegria de poder conviver com seus genitores por mais tempo. Por isso, nas cartas que escrevia aos amigos, ele demonstrava uma angústia muito forte no coração caso viesse a falecer cedo, pois desejava acompanhar o crescimento da filha em todas as etapas da vida.

Um atributo pouco falado nas biografias de Ozanam foi a alfabetização de Maria Josefina. Quando Ozanam faleceu (1853), Amélia estava com 33 anos, e Maria Josefina com apenas oito. O que Ozanam temia, aconteceu; mas ele nunca reclamou a Deus, resignado. No testamento que ele deixou para a família, podemos encontrar essa mensagem linda para a filha: “É bem triste para mim não poder consagrar-me, por mais tempo, à obra de sua educação. Confio-a, porém, à sua virtuosa e tão querida mãe”.

Que o legado de Ozanam, como pai excepcional, seja exemplo para todos os papais da atualidade, não só os confrades, na busca de um mundo mais fraterno e familiar. Feliz DIA DOS PAIS a todos!

 

Confrade Renato Lima de Oliveira

 

Comissário da SSVP nas Nações Unidas e 16º Presidente-geral (2016 e 2023). É pai de dois filhos: Gustavo (24 anos) e Bianca (20 anos)