Leitura Espiritual do domingo 13 de agosto 2017

Semana de 07 de agosto (referência: leituras do domingo 13 de agosto)

19º Domingo  do Tempo Comum

Leituras: Rm 9,1-5; Mt 14,22-

“Coragem!  Sou eu.  Não tenhais medo!”

Reflexão vicentina

O evento do Evangelho desta semana é muito emblemático e aparece pintado em inúmeras obras de arte  ao longo da história: Jesus caminha sobre as águas.

Na realidade, a leitura desta semana vai na mesma direção do domingo passado: a manifestação de Jesus.  No Evangelho do domingo passado, Jesus foi transfigurado na frente de Pedro, Tiago e João, que ficaram cheios de medo e não compreenderam o que acontecia, até que Deus teve que mandar uma voz do céu dizendo que Jesus é o seu Filho amado.  Aí, Jesus diz a eles para que não tenham medo, porque era apenas a manifestação da divindade Dele!

Nesta semana, Jesus caminha sobre as águas.  Estava escuro (eram três da manhã) e os discípulos-pescadores não perceberam que era Jesus.  Não poderia ser Ele, porque estava caminhando sobre as ondas: só poderia ser um fantasma.  Jesus disse a eles novamente para que não tivessem medo, porque era apenas a manifestação da divindade Dele!

Pedro, novamente Pedro, toma a liderança, mas uma liderança muito desconfiada, e pede para que, se fosse Jesus, ele também pudesse caminhar sobre as águas.  Jesus lhe oferece a ocasião de renovar a sua fé e o convida a caminhar também, mas Pedro continua desconfiado: não estava enxergando a luz; e começa a afundar.  Com toda a paciência, Jesus estende a mão e o salva, repreendendo Pedro (talvez um pouco severamente): “'Homem fraco na fé, por que duvidaste?”.  E tudo se acalma.

Eu vejo a nossa vocação vicentina em muitos dos que participam da cena belíssima do Evangelho desta semana.

Às vezes somos os discípulos e nos sentimos em um barco que está à deriva, em um vento contrário.  Nos esquecemos de chamar a Jesus, que está tão perto de nós.  Na realidade, Ele está dentro de nós.  E Jesus, sem que chamemos, vem ao nosso encontro, porque sabe de nossas debilidades, dos perigos que passamos em nossas tormentas.

Às vezes nós não reconhecemos Jesus na nossa vida.  Pelo contrário, pensamos que o barco está afundando porque Jesus não está conosco.  Só pensamos nos fantasmas da nossa existência; nem sequer consideramos que pode ser Jesus nos lembrando que Ele está ali, pronto para acalmar os mares ou para fazer-nos caminhar sobre águas; basta que O chamemos.

Temos medo de caminhar sobre as águas, de nos superarmos, de sermos maiores que nós mesmos e tentar o impossível, sabendo que Jesus sempre vai nos dar a sua mão.  São Vicente nos diz que o amor (a caridade) tem que ser inventiva ao infinito, ou seja, temos que arriscar chegar ao máximo de nossos limites para amar mais.  Ele diz que o limite da criatividade para amar é o infinito: o limite é o próprio Deus! 

Como Pedro que queria chegar ao limite de caminhar sobre as águas, para chegar perto de Jesus, temos que ser nós, como vicentinos.  Nosso objetivo é a santificação, o encontro e a contemplação de Deus, através do serviço ao Pobre.  Mas não pode ser um serviço feito com medo: Deus nos capacita a caminhar sobre as águas ou a “inovar ao infinito”, para que o Pobre se santifique e, assim, também nós nos santifiquemos.  Na realidade, nossos limites, somos nós que os impomos.

Não há tormenta que destrua o nosso barco, se ele serve para levar nossos queridos, nossos assistidos e a nós mesmos na direção de Deus.  Basta que não tenhamos medo de nossos limite.

 

 

Fonte: CGI