Janko Havlik, um seminarista da Congregação da Missão, vai se tornar bem-aventurado em 31 de agosto, na Eslováquia
Ao lado de Antonio Frederico Ozanam, Pedro Jorge Frassati, Isabel Cristina, Lindalva Justo e tantos outros vicentinos que já se tornaram bem-aventurados da Igreja Católica, mais um nome vai figurar esta lista: Janko Havlik.
O Papa Francisco já assinou o decreto que concede a Havlik o rito de beatificação. A cerimônia está prevista para 31 de agosto, em em Šaštin, Eslováquia.
Janko Havlik nasceu em 12 de abril de 1927, em Vlékovany, Eslováquia, na família de um trabalhador pobre, Karol Havlik, e de sua esposa, Justina. O seu curriculum vitae manuscrito dizia: “Como queria continuar os estudos, frequentei durante dois anos a Escola Cívica Holic, onde caminhava 6 km por dia. Depois de dois anos, comecei a frequentar a academia em Skalica, pedalando todos os dias, o que significava 36 km por dia.”
Janko cresceu em tempos de grande crise econômica, que se acentuou no contexto da Segunda Guerra Mundial. Nesta situação, mudou-se para Banska Bystrica em 1943, e ingressou na Escola Apostólica, “Seminário Menor”, da Congregação da Missão de São Vicente de Paulo, enquanto completava os estudos secundários. Após a guerra, o regime político mudou radicalmente. O “Fevereiro vitorioso de 1948”, como foi chamado, significou o advento do totalitarismo comunista e o início de uma luta aberta contra a Igreja.
Janko Havlik era um dos jovens sobre quem o poder totalitário iria exercer toda a eficácia da sua brutalidade. Em 29 de outubro de 1951, foi preso junto com os demais seminaristas da Congregação de Nitra. A polícia estadual interrogou-o e torturou-o durante 16 meses, abandonando-o à fome e ao frio. Após o julgamento, foi condenado a dez anos de prisão. No final de fevereiro de 1953, Janko Havlik foi escoltado até o campo de Jachymov, como mineiro na mina de urânio. Neste ambiente de cansaço e sofrimento, descobriu que se não pudesse ser sacerdote, poderia ser missionário.
Ele foi submetido a um segundo julgamento em 1959 e mais um ano foi acrescentado à sua sentença. Mesmo na prisão, foi interrogado, maltratado, torturado e deixado sem comida e ao ar livre. Ele sempre se comportou com coragem. Em agosto de 1961, Janko desmaiou no trabalho. O diagnóstico da enfermagem foi: “O estado do paciente exige internação imediata”. Quando ele conseguiu sair da prisão, foi mandado para casa com uma doença terminal. Até que o Senhor o chamou a Si, ele ainda conseguiu descrever a sua experiência espiritual, os seus pensamentos e as suas orações, escrevendo dois pequenos, mas densos cadernos: “A Via Crucis das Pequenas Almas” e “Diário”. São importantes registros, porque nos permitem descobrir os seus diálogos pessoais com Deus, que podem se tornar guias confiáveis para todos aqueles que querem ir a Deus com ele.
Seu último suspiro ocorreu em 27 de dezembro de 1965. Janko Havlik faleceu repentinamente na rua, sem testemunhas, no dia de seu padroeiro, São João Evangelista, aos 37 anos. Encontraram seu corpo em uma das ruas de Skalica, encostado no muro, próximo ao cinzeiro de uma casa.
Levou uma vida santa: devoto, excelente no canto, dotado de palavras, devoto da Virgem Maria, perseverante e amante da oração. No dia 9 de junho de 2013 teve início a investigação diocesana sobre o martírio do Servo de Deus.