Semana de 1 de abril de 2019 (referência: leituras do domingo 7 de abril)
Quinto Domingo da Quaresma
Leituras: Is 43,16-21; Filip 3,8-14; Jo 8,1-11
“Ninguém te condenou? (...) Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”
EVANGELHO – Jo 8,1-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo,
e todo o povo se aproximou d’Ele.
Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres.
Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada
e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se
e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O,
ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus:
«Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar».
Reflexão vicentina
Neste quinto domingo da Quaresma, período de reflexão e penitência, o Senhor nos convida a pensar sobre o que significa o desapego e a esperança. As leituras do domingo têm um conteúdo muito associado à virtude vicentina da mortificação. As leituras nos fornecem pelo menos três argumentos: primeiro, não se deve viver no passado; segundo, não devemos perder o tempo presente com coisas irrelevantes; e, terceiro, o que conta é o caminho para o encontro com Deus, na esperança.
Antes de mais nada, gostaria de mencionar o que São Vicente definia como virtude da mortificação. Apesar de parecer um termo um pouco mórbido e negativo, Vicente tinha uma visão muito positiva para esta virtude, porque ela nos permite que nos libertemos das coisas do mundo e sejamos felizes. Para ele, mortificação está ligada à indiferença e a submeter a paixão à razão. De forma prática, significa que não devemos nos sentir mártires, quando nos decepcionamos com o mundo, nem tampouco devemos nos deixar levar pelo exagero da valorização das coisas ou das opiniões dos outros. Sobre este assunto, um dia Vicente disse: “É uma regra geral que todas as pessoas boas serão perseguidas” (assim como foi o maior de todos os exemplos de mortificação, o próprio Cristo).
As leituras nos dizem que não devemos viver no passado. Na leitura do antigo testamento, o profeta Isaías insiste que não devemos sofrer com o passado: “não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas”. O mesmo diz São Paulo aos Filipenses. Como vicentinos, não devemos nos preocupar nem com os pecados, nem com os erros que fizemos no passado. A misericórdia de Deus nos permite ser perdoados sempre e faz corrigir os planos que não executamos bem, porque nos mede pela nossa intenção e não pelos nossos resultados.
As leituras nos motivam a não perder tempo com coisas irrelevantes. Jesus nos convida a não perder tempo julgando e “jogando pedra” nos outros, porque também nós somos frágeis. São Paulo é um pouco mais rude e vai direto ao assunto, chamando as coisas mundanas de “lixo”: “por Ele (Cristo) renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar”. Não é por outra razão que o próprio Ozanam nos motiva, como vicentinos a não perder tempo com coisas que não nos ajudam na missão de evangelizar o Pobre. Ele nos diz: “não temos duas vidas, uma para aprender sobre a verdade e outra para transmití-la”.
Finalmente, as leituras nos mostram que o único caminho a seguir é aquele em que se caminha na esperança, ou seja, na direção do encontro com o Senhor, seja nesta vida ou na vida eterna. Jesus diz à mulher pecadora: “«mulher, ninguém te condenou? (...) nem Eu te condeno; vai e não tornes a pecar”. E ela passou a seguir Jesus. Paulo se intitula o “atleta de Jesus” e nos diz na Carta aos Filipenses: “só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus”.
Nossa vocação vicentina, portanto, é baseada em esquecermos o que não foi tão bem no passado, viver as coisas que são importantes para o serviço ao Pobre no presente e caminhar, ou melhor, correr, na única direção da esperança, o encontro com o Cristo.
Semana de 1 de abril de 2019 (referência: leituras do domingo 7 de abril)
Quinto Domingo da Quaresma
Leituras: Is 43,16-21; Filip 3,8-14; Jo 8,1-11
“Ninguém te condenou? (...) Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”
EVANGELHO – Jo 8,1-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo,
e todo o povo se aproximou d’Ele.
Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres.
Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada
e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se
e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O,
ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus:
«Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar».
Reflexão vicentina
Neste quinto domingo da Quaresma, período de reflexão e penitência, o Senhor nos convida a pensar sobre o que significa o desapego e a esperança. As leituras do domingo têm um conteúdo muito associado à virtude vicentina da mortificação. As leituras nos fornecem pelo menos três argumentos: primeiro, não se deve viver no passado; segundo, não devemos perder o tempo presente com coisas irrelevantes; e, terceiro, o que conta é o caminho para o encontro com Deus, na esperança.
Antes de mais nada, gostaria de mencionar o que São Vicente definia como virtude da mortificação. Apesar de parecer um termo um pouco mórbido e negativo, Vicente tinha uma visão muito positiva para esta virtude, porque ela nos permite que nos libertemos das coisas do mundo e sejamos felizes. Para ele, mortificação está ligada à indiferença e a submeter a paixão à razão. De forma prática, significa que não devemos nos sentir mártires, quando nos decepcionamos com o mundo, nem tampouco devemos nos deixar levar pelo exagero da valorização das coisas ou das opiniões dos outros. Sobre este assunto, um dia Vicente disse: “É uma regra geral que todas as pessoas boas serão perseguidas” (assim como foi o maior de todos os exemplos de mortificação, o próprio Cristo).
As leituras nos dizem que não devemos viver no passado. Na leitura do antigo testamento, o profeta Isaías insiste que não devemos sofrer com o passado: “não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas”. O mesmo diz São Paulo aos Filipenses. Como vicentinos, não devemos nos preocupar nem com os pecados, nem com os erros que fizemos no passado. A misericórdia de Deus nos permite ser perdoados sempre e faz corrigir os planos que não executamos bem, porque nos mede pela nossa intenção e não pelos nossos resultados.
As leituras nos motivam a não perder tempo com coisas irrelevantes. Jesus nos convida a não perder tempo julgando e “jogando pedra” nos outros, porque também nós somos frágeis. São Paulo é um pouco mais rude e vai direto ao assunto, chamando as coisas mundanas de “lixo”: “por Ele (Cristo) renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar”. Não é por outra razão que o próprio Ozanam nos motiva, como vicentinos a não perder tempo com coisas que não nos ajudam na missão de evangelizar o Pobre. Ele nos diz: “não temos duas vidas, uma para aprender sobre a verdade e outra para transmití-la”.
Finalmente, as leituras nos mostram que o único caminho a seguir é aquele em que se caminha na esperança, ou seja, na direção do encontro com o Senhor, seja nesta vida ou na vida eterna. Jesus diz à mulher pecadora: “«mulher, ninguém te condenou? (...) nem Eu te condeno; vai e não tornes a pecar”. E ela passou a seguir Jesus. Paulo se intitula o “atleta de Jesus” e nos diz na Carta aos Filipenses: “só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus”.
Nossa vocação vicentina, portanto, é baseada em esquecermos o que não foi tão bem no passado, viver as coisas que são importantes para o serviço ao Pobre no presente e caminhar, ou melhor, correr, na única direção da esperança, o encontro com o Cristo.