“Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la''

Referência: leituras do domingo 2 de julho

13º. Domingo do Tempo Comum

Leituras: Rom 6,3-4.8-11; Mt 10,37-42 

 

As leituras desta semana parecem muito complexas e exigentes. 

Jesus nos diz que “quem procura conservar a sua vida vai perdê-la”.  E vai ainda um pouco mais longe: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim.  Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim.  Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”.

Será que Jesus está querendo dizer que devemos abandonar nossos pais ou nossos filhos para viver somente na Igreja?  Não!  Jesus não seria tão egoísta, porque nossa família é um presente que Ele mesmo nos deu: é o maior dom que temos na vida!

O que Jesus nos diz é muito mais belo.  Ele quer que amemos sim, nossa família, mas a amemos em nome Dele.  E amar em nome Dele significa amar com toda a força, sem egoísmo, sem interesses, mas com a vontade de “perder a sua vida” pelos que Ele nos coloca no caminho.

Na sua carta aos romanos, São Paulo vai na mesma direção: “pelo batismo na sua morte (de Cristo), fomos sepultados com Ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele”.  Paulo nos faz participantes da morte e da ressurreição de Cristo.  Se O amarmos sobre todas as outras pessoas, ou mesmo, se amarmos as outras pessoas em Seu nome, estaremos tendo uma vida nova, uma vida em Cristo.

Esta mística se aplica muito a nós vicentinos.  Jesus não nos diz que devemos amar a Ele mais do que amamos os Pobres.  Não, de maneira alguma!  Pelo contrário, Jesus quer que amemos os Pobres em nome Dele, sem egoísmos, sem interesses, mas com vontade de “perder a vida” por Eles.  Perder a vida pelos Pobres, por amor a Deus, significa morrer para nós mesmos (participar da morte de Cristo) e ganhar uma nova vida (participar da ressurreição de Cristo).  Parece inacreditável, mas é evangélico, é verdadeiro.

As leituras de hoje dão o significado exato do que Ozanam queria realizar junto com seus amigos e que nos deixou como herança:  a SSVP é a nossa forma de santificação.  Não pode existir maior santificação que participar de forma completa da morte e da ressurreição do Cristo.  E isto buscamos pelo serviço aos Pobres.  Afinal, como disse São Vicente, Eles são “nossos mestres e senhores”.