“Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus”

Semana de 15 de abril de 2019 (referência: leituras do domingo 21 de abril)

Domingo de Páscoa – Ressurreição do Senhor

Leituras: At 10,34.37-43; Col 3,1-4; Jo 20,1-9

 

“Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus”.

 

EVANGELHO – Jo 20,1-9

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

 

No primeiro dia da semana,

Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro

e viu a pedra retirada do sepulcro.

Correu então e foi ter com Simão Pedro

e com o discípulo predilecto de Jesus

e disse-lhes:

«Levaram o Senhor do sepulcro

e não sabemos onde O puseram».

Pedro partiu com o outro discípulo

e foram ambos ao sepulcro.

Corriam os dois juntos,

mas o outro discípulo antecipou-se,

correndo mais depressa do que Pedro,

e chegou primeiro ao sepulcro.

Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.

Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.

Entrou no sepulcro

e viu as ligaduras no chão

e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,

não com as ligaduras, mas enrolado à parte.

Entrou também o outro discípulo

que chegara primeiro ao sepulcro:

viu e acreditou.

Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,

segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Reflexão vicentina

A celebração da Pascoa nos oferece a reflexão sobre as quatro fases que nós passamos quando lidamos com a experiência da ressurreição: o vazio, o espanto, a transformação e a missão.

 

Os discípulos sentiram o vazio e a decepção com a morte de Jesus. Depois da morte de Jesus, os discípulos se sentiram sós, abandonados, decepcionados.  Não haviam compreendido as palavras de Jesus sobre a necessidade de Sua morte. 

 

Como vicentinos, muitas vezes nos sentimos sós, abandonados, decepcionados com o “fracasso” de nossos planos e ações para melhorar a vida dos Pobres e para trazer mais justiça ao mundo.  Ninguém nos compreende e, mais do que isso, muitos nos criticam, por “seguir o Mestre”.  O sentimento da morte é necessário para crer na ressurreição.  Se não existisse a morte, não haveria ressurreição!

 

No início, os discípulos não acreditaram completamente na ressurreição, tinham dúvidas.  O discípulo que chegou primeiro ao túmulo de Jesus ficou com medo.  Maria Madalena pensou que haviam “tirado o Senhor do túmulo e ela não sabia aonde O tinham posto”.  Pedro e o outro discípulo acreditaram mas não entenderam de início.

 

Como vicentinos, muitas vezes não acreditamos firmemente na presença de Cristo em tudo o que fazemos.  Parece que Ele nos abandona às vezes.  Quando temos uma fé firme, às vezes não entendemos o que passa conosco ou com os Pobres.  Uma das grandes virtudes da morte e ressurreição de Cristo é exatamente o fato de nos sentirmos humanos.  Nossa natureza humana não nos permite acreditar ou entender.

 

Acreditar na ressurreição nos transforma: passamos a nos deixar guiar pelo Espírito Santo.  Quando o apóstolos receberam (ou perceberam) a presença do Espírito Santo, passaram a entender e acreditar no mistério da morte e ressurreição do Mestre.

 

Como vicentinos, colocamos o Espírito Santo no centro de nossa vida e de nossa missão.  Amar os Pobres, muitos fazem.  A diferença de nossa vocação é que amamos a Deus no Pobre e, portanto, este amor sem limites e interesses permite a santificação conjunta dos Pobres conosco. 

 

A descoberta do Espírito Santo em nós faz-nos missionários e evangelizadores.  Pedro saiu a pregar sem medo, depois de reconhecer o Espírito Santo.  Aquele que tinha fazia pouco tempo negado três vezes que conhecia Jesus passou a guiar-se pela coragem de dizer “nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez”.  Que mudança!

 

Como vicentinos, sabemos que a visita ao assistido é a essência de nossa vocação, mas ela deve ser completada pela pregação e a vivência da justiça.  Somos os porta-vozes do Evangelho do amor aos Pobres.  Somos a Sua voz, os seus testemunhos e os seus servidores.  Deus não nos decepcionou com a morte de Jesus; Ele nos presenteou com a Sua ressurreição e com a presença viva do Espírito Santo.  Não podemos decepcionar a Deus deixando de seguir como missionários, os passos no Evangelho da justiça.